quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Requião anuncia que quer ser candidato à Presidência pelo PMDB. Mais problemas para a “base aliada” de Dilma no Congresso


Num discurso duríssimo, em que falou da concentração de renda e de terras no Brasil, dos índices de criminalidade, das desigualdades sociais, da péssima situação da educação e de outras mazelas, Requião igualou o PT — de quem é, formalmente, aliado — ao PSDB, afirmando que os dois partidos e respectivos governos se curvaram e se curvam às exigências do “neoliberalismo”, a seu ver desmoralizado no mundo após a crise de 2008.

Criticou, ainda, sem mencioná-los pelo nome, os três principais candidatos à Presidência — a presidente Dilma Rousseff (PT e outros partidos), o senador Aécio Neves (PSDB e outros) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) –, afirmando enfaticamente que eles nada farão para mudar um estado de coisas que prejudica os pobres e enriquece ainda mais os ricos.

Lamentou que seu partido, o PMDB, tenha se desencaminhado a ponto de hoje não mais ter identidade, limitando-se a “carimbar” as decisões do governo no Congresso e, vez por outra, alinhar-se com o PSDB em defesa de projetos tucanos.

No diagnóstico da atual situação do país, Requião fez um discurso mais radical do que os mais radicais feitos por Lula no passado.

No parte do discurso em que propõe soluções para o Brasil, caso eleito, atribui um papel tão predominante do Estado na economia e na vida do país que faria o general Ernesto Geisel, penúltimo presidente da ditadura militar, parecer um privatista de carteirinha.


São mínimas chances de Requião tornar-se candidato do PMBD — que é aliado de Dilma e tem seu vice, Michel Temer, assim pretendendo continuar. Mas seu discurso mostra que, se Dilma tem problemas com os fisiológicos do partido, que querem gulosamente mais fatias do poder, fica agora sabendo que também os ideológicos que restam ao PMDB estão mais insatisfeitos com seu governo ainda.Coluna do Ricardo Setti.

O PT está eufórico com a grande notícia: os companheiros presidiários não são quadrilheiros. São apenas corruptos


O PT não róba nem dexa robá”, recitava José Dirceu antes da descoberta do mensalão. Hoje, como resumiu Joelmir Betting, o partido dos ex-presos políticos se tornou um partido de políticos presos.
Antes do julgamento do mensalão, Dirceu reinava na Casa Civil, governava o PT e sonhava com a presidência da República. Hoje só reina na cela S13 da Papuda e sonha com a vida fora da cadeia.
Antes do mensalão, a seita que tem como único Deus um palanque ambulante posava de detentora do monopólio da ética. Nesta quinta-feira, a notícia de que os companheiros presidiários escaparam do regime fechado foi suficiente para antecipar o Carnaval dos devotos de Lula.

O PT, quem diria, está grávido de felicidade com a decisão que anulou a condenação de Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares pelo crime de formação de quadrilha. Graças à bancada dos ministros da defesa, o STF resolveu que os três delinquentes não devem ser qualificados de quadrilheiros. Vão continuar engaiolados porque são apenas corruptos.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Polícia vai indicar 40 black blocs por formação de quadrilha armada

 Pelo menos quarenta pessoas são apontadas pela Polícia Civil de São Paulo como suspeitos de comandarem ações de black blocs em manifestações que terminaram em conflitos, quebra-quebra e depredações em São Paulo. O Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), responsável pela investigação, aponta que os suspeitos serão indicados pelos crimes de formação de quadrilha armada no inquérito que associa black blocs a uma organização criminosa. Segundo o DEIC as acusações formais devem acontecer nesta terça-feira.

O crime de formação de quadrilha armada prevê pena de quatro a oito anos de prisão. O delegado responsável pelo caso, Wagner Giudice, trabalhou em parceria com a Polícia Militar e o Ministério Público e reuniu provas e fotos de pelo menos trezentos potenciais black blocs. Eles foram listados e são investigados.

Os dados foram compilados em boletins de ocorrência registrados em protestos e informações conseguidas com membros dos black blocks presos durantes as manifestações, e liberados em seguida.


Tecnologia – Câmeras de celulares, fotos postadas no Facebook e até convocações para manifestações foram rastreadas pela polícia para que o cerco aos quarenta responsáveis pelo movimento fosse feito. Até mensagens via SMS foram rastreadas. Nenhum suspeito está preso.