segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Qualquer semelhança será mera coincidência

 
O Babão é o pior cargo que há, merece mesmo o desprezo, nem mesmo o chão pra cruzar: Se o prefeito tem defeito, pior mesmo é o BABÃO, tudo que o prefeito fizer, merecendo até prisão, ele o aplaude e diz que o chefe tem razão.

Se for derrubar a escola, o BABÃO diz: Acertou! Já num tá servindo mesmo. O povo já abandonou. Esse prefeito é pra frente! Valeu meu voto! Mesmo sem ter votado nele.

Quando o outro candidato, disputa com o seu prefeito, o BABÃO estremece, que a baba cai pelo chão, se intriga até da mulher, se ela for outra opção. Diz que Pedro do outro lado, já é mesmo um derrotado, não vai ter 500 votos, chama até pobre coitado! E se outro aparecer, diz: é mais desmantelado. Só quem presta é o seu chefe, até seus sapatos limpa, abre porta do veículo! Nunca cansa a sua língua! Não sabe que logo em breve vai sofrer desprezo, à míngua.

Quando um do outro lado, que ele disse não prestar, muda para o seu prefeito, ele vem logo abraçar, espalha nos quatro cantos:  ô cabra bom de lascar! Eu sabia que ele vinha, agora ele acertou, homem descente e direito, com o meu prefeito já ficou. Pode até num valer nada, mas o BABÃO consertou

Se o prefeito se muda para a capital, pro povo não vê-lo mais, em qualquer hora ou instante, o BABÃO diz: está certo o povo é muito pidão!

Se o prefeito bota a família Inteira pra trabalhar, até o vira-lata de casa tem contracheque a assinar, mesmo o povo criticando, o BABÃO em defesa diz: é gente da confiança, um povo bom e especial, mesmo que não trabalhem o BABÃO diz:: é normal, primeiro o povo de casa, as sobras, pro animal.

Se um cantor canta na festa e não recebe o cachê o BABÃO diz: não precisa, um dia vai receber. Se o prefeito for reeleito, sei que não vai se esquecer. Aí o prefeito decide sempre pagar atrasado, o povo só reclamando, contrata um advogado, o BABÃO toma a frente e diz: ô povo aperreado.

O BABÃO é tão vazio, aguenta tanta humilhação. Quando o prefeito esquenta o quengo e não quer ouvir babação, manda o BABÃO ir embora, é de cortar o coração. O BABÃO chora e desfaz, pro povo não perceber, mas a tristeza é tão grande, que deixa até de comer, faz greve de fome, o sono desaparece, até o dia amanhecer. Quando chega o novo dia, já tá de novo o BABÃO, na porta do “coronel”, “pedindo a sua bênção”, mesmo que o chefe não olhe, ele se abaixa até o chão.

Se alguém discorda do chefe e o BABÃO escutar, vai correndo dar o recado, o seu amigo entregar, se o colega é perseguido, o BABÃO vai comemorar. É assim esse animal, quase de estimação, merece todo o desprezo e nunca a nossa atenção! É coisa, um puro objeto, não vale mesmo um tostão

Um conselho quero dar para o BABÃO, procure se dar valor, vá cuidar da sua vida, ache outra ocupação, vá vender fruta na feira, tecido ou colchão, lavar carro, cortar carne ou consertar televisão.

Dê valor a você mesmo, procure outro afazer, mude essa roupa política, dar nojo até em te vê! Mude também de conversa, ninguém suporta mais. Fale sobre outro assunto, em banco, praça ou balcão, quem sabe até de você!

Se este conselho servir, você terá mais respeito e dignidade. E verá rápido o efeito, basta você aceitar, pois ser BABÃO é o pior defeito.

#Adaptado do texto “O Político e o Babão” escrito por Paulo Tarciso.

Reflexão

A  dialética do interesse é quase sempre mais poderosa que a da razão e consciência. Marquês de Maricá